quinta-feira, 21 de abril de 2016

Sete Dias de Tortura - 3 de 7

Seguindo a série a respeito da tortura no regime militar, reverenciado por Jair Bolsonaro, vamos saber um pouco mais sobre como eram gastos os nossos impostos na época da ditadura. Tinha dito que falaria sobre todos os torturados e assassinados serem terroristas e defensores de ditaduras, deixarei esse pro próximo post por falta de tempo de escrever um post mais detalhado. Por hoje falaremos do uso de animais nas torturas.

O uso de animais vivos nas sessões de tortura e a morte de Sonia e Stuart Angel
A tortura se foi, mas dura a vida toda.
A repressão, ao combater as mulheres de esquerda, tratou-as com requintes de crueldade, e os torturadores faziam questão de afirmar que os interrogatórios eram feitos sob "rigorosa metodologia científica". "Aqui só morre quem a gente quer", eles diziam.  Eles usaram vários métodos de tortura. Usaram também animais e insetos vivos para praticarem torturas em homens e mulheres. Lucia Murat   assim relatou em depoimento à Comissão Nacional da Verdade.
Eu não sei bem o que se passou quando eu voltei. As lembranças são confusas. Eu não sei muito bem como era possível, mas sei que tudo ficou pior. Eles estavam histéricos, eles sabiam que precisavam extrair alguma coisa em 48 horas, se não perderiam o meu contato. Gritavam, me xingavam, me puseram de novo no pau de arara [sic]. Mais espancamento, mais choque, mais água e dessa vez entraram as baratas. Puseram baratas passeando pelo meu corpo, colocaram uma barata na minha vagina. Hoje parece loucura, mas um dos torturadores de nome de guerra 'Gugu' tinha uma caixa onde ele guardava as baratas amarradas por barbantes e através do barbante ele conseguia manipular as baratas pelo meu corpo.
Há mais denúncias, no Relatório final da Comissão Nacional da Verdade, de uso de animais vivos:
Presos políticos foram expostos aos mais variados tipos de animais, como cachorros, ratos, jacarés, cobras, baratas, que eram lançados contra o torturado ou mesmo introduzidos em alguma parte de seu corpo. Especificamente em relação aos camundongos, o torturador Lourival Gaeta, que atuou no DOI-Codi do II Exército, em São Paulo, durante a década de 70, explicava sua destrutividade uma vez introduzidos nos corpos das suas vítimas, com o argumento de que este animal não sabe andar pra trás.
É de se imaginar que as vítimas submetidas a esse tipo de tortura feita por Lourival Gaeta deveriam morrer, em seguida, com hemorragia interna, pois os camundongos iam corroendo seus órgãos internos.
Há ainda denúncias sobre esse torturador, que praticou outras formas de tortura, como violência sexual:
Eu estava sentada na cadeira de dragão, nua amarrada com fios de metal, levando choque no corpo todo, ânus, vagina. Enquanto isso, o Gaeta, que era um torturador, estava se masturbando e jogando esperma em cima do meu corpo nu...[...] Num outro momento, estava sendo torturada em pé, nua e cai no chão. Ele (o Gaeta) me pegou e me colocou numa cama de lona que estava na sala de torturas e começou a esfregar meus seios, apertar minha bunda [...].
Sonia Maria Lopes de Moraes Angel Jones, de 27 anos de idade, foi sequestrada, juntamente com Antônio Carlos Bicalho Lana, 25 anos, pelos agentes do DOI-Codi/SP, em novembro de 1973. Ambos foram assassinados. Sonia havia sido casada com Stuart Angel, também sequestrado, torturado, assassinado, cujo corpo nunca foi entregue aos seus familiares. Antes de ser assassinada, Sonia foi estuprada. O pai de Sonia Maria, tenente-coronel da reserva do Exército brasileiro e professor de matemática, João Luiz de Morais, denunciou seu assassinato sob torturas enquanto viveu.
Minha filha foi morta nas dependências do Exército Brasileiro, enquanto seu marido Stuart Angel foi morto nas dependências da Aeronáutica do Brasil. Tenho conhecimento de que, nas dependências do DOI-Codi do I Exército (SP), minha filha foi torturada durante 48 horas, culminando essas torturas com a introdução de um cassetete da Polícia do Exército em seus órgãos genitais, que provocou hemorragia.
Todas as investigações não confirmam exatamente a data da morte da Sonia, mas o atestado de óbito, feito a pedido do DOI-Codi/SP, informa que ela teria morrido em consequência de hemorragia interna por ferimento de arma de fogo, sem nenhuma referência aos sinais evidentes de tortura.
Informações dadas à Comissão Nacional da Verdade por testemunha ocular, cuja identidade é mantida em sigilo, indicam que Sonia estava deformada e ainda foi torturada com um rato introduzido em sua vagina. Os responsáveis pelas atrocidades vividas por Sonia, assim como sua morte, seriam o chefe de interrogatórios, Lourival Gaeta, que atuava no DOI-Codi/SP, e os integrantes de sua equipe.
Fonte e mais detalhes: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2015000301001

E com essas "cenas" me despeço por hoje. Espero que nesse momento seu repúdio contra Bolsonaro por defender esse período já tenha se tornado tão grande quanto o meu. Mas, vou deixar um último bônus. Bolsonaro já disse mais de uma vez que bandido bom é bandido morto. Mas...

Bônus 1: Funcionário Fantasma, irmão de Jair Bolsonaro é exonerado.

Bônus 2: Fantasma: Irmão de Jair Bolsonaro recebia R$ 17 mil sem trabalhar.

Estamos ainda aguardando o posicionamento de Bolsonaro em favor da morte de seu irmão.

Abraço, até amanhã!

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